Fique a saber tudo neste artigo redigido no âmbito da parceria da Diaverum com o Continente.
A alimentação é parte central da nossa vida e, além de nos fornecer os nutrientes e energia necessários para o funcionamento adequado do nosso corpo, é fonte de prazer pelos aromas, sabores, texturas, memórias, partilhas e momentos que nos traz.
Numa sociedade ocidental sobrealimentada a estimulação dos sabores é por vezes excessiva. Assiste-se a uma elevada adição de sal e gordura aos alimentos, a par de um elevado processamento alimentar.
Com a habituação a este tipo de sabores, existe, de alguma forma, algum preconceito relativamente à alimentação saudável como menos capaz de despertar em nós as mesmas sensações, o que não é propriamente verdade.
Literacia alimentar: porque é importante?
Promover uma maior literacia e cultura alimentar é importante para que consigamos obter a melhor experiência possível de uma refeição saudável, que contribua para uma melhor saúde e qualidade de vida.
A literacia alimentar é ainda mais importante nos doentes renais crónicos, por exemplo, em que o seguimento da intervenção nutricional individualizada e ajustada a cada estádio da doença tem impacto direto no modo como a situação clínica evolui.
Dada a necessidade de controlar a ingestão de potássio, fósforo, sal e líquidos, a dificuldade na escolha alimentar e na preparação de refeições pode ser ainda mais desafiante.
É nesta medida que a literacia alimentar é uma boa ferramenta para transpor as recomendações gerais para uma alimentação saudável, ou mesmo as recomendações mais específicas de um plano alimentar individualizado, para uma refeição aprazível e que seja partilhada entre a família e os amigos.
5 conselhos para aumentar a literacia alimentar
1. Conheça os alimentos e os processos
Descubra os alimentos, a sua origem e composição nutricional, as melhores formas de os preparar e cozinhar, a sua sazonalidade e diversidade.
2. Quantifique
Dominar a quantificação dos alimentos, quer por medidas caseiras, quer por métrica, ajudará a seguir mais facilmente uma receita e a transpor o aconselhamento presente no plano alimentar instituído, caso seja esse o caso. Esta medida também contribuirá para um menor desperdício.
3. Planeie as suas refeições
Junte a família e faça um plano para a ementa semanal, assim poderão definir refeições ao gosto de todos e até escolher refeições ou dias temáticos.
Esta ementa também ajudará a gerir e utilizar os alimentos que tem na despensa e a definir melhor a lista de compras necessárias, além de contribuir para uma maior poupança.
4. Ganhe novas competências, aprimore as suas qualidade culinárias
Se já sabe cozinhar, que tal experimentar aquela receita nova de que toda a família vai gostar? Se não sabe, que tal aprender?
Há vantagens em escolher cozinhar as suas refeições a partir do zero, evitando os produtos ultraprocessados e as refeições pré-confecionadas: ficam muito mais baratas e nutricionalmente são mais interessantes, uma vez que pode controlar a quantidade de sal, de gordura ou até ter outro cuidado mais particular, como com as pessoas que fazem hemodiálise.
5. Escolha as melhores fontes de informação
Atualmente, há uma sobrecarga de informação, que em muitos casos não é a mais correta, levando à denominada confusão nutricional e alimentar.
Escolha informação de organismos oficiais, de organizações e de profissionais com competências reconhecidas.
Com o objetivo de capacitar e aumentar a literacia alimentar, a Diaverum, em parceria com o Continente e outros parceiros, preparou um livro de saborosas receitas adaptadas especialmente para pessoas com doença renal crónica em hemodiálise, mas que poderão ser partilhadas pelo resto da família e dos amigos.
No livro "Bons Momentos - Receitas Saborosas para Todos, Especialmente
para Pessoas em Diálise", receitas tradicionais, como o pastel de nata, a açorda de bacalhau, as pataniscas e as rabanadas/fatias douradas, foram ajustadas de acordo com as indicações nutricionais necessárias, para que o prazer, a tradição e a partilha se mantenham e esta doença não seja uma razão para não ter uma vida plena e com qualidade.
Este livro está disponível para todas pessoas que tratamos e através do site www.diaverum.pt.
Deixamos-lhe aqui uma das receitas que pode encontrar ao longo das suas
páginas.
Tipicamente alentejana, esta receita para além de económica permite reaproveitar o pão e é uma boa opção para pessoas que apresentem dificuldade de mastigar e de deglutir. Se preferir, poderá trocar o bacalhau pela pescada.
Ingredientes (por pessoa):
- 100 g bacalhau (muito bem demolhado, peso edível)
- 1 ovo
- 3 fatias pequenas de pão trigo e centeio (75 g)
- 1 colher de sopa de azeite
- 2 dentes de alho (15 g)
- 1 folha de louro
- 1 raminho de hortelã
- 20 g de aipo
- coentros q.b.
- Demolhar muito bem o bacalhau;
- Preparar o caldo com a folha de louro e o aipo e o raminho de hortelã cortados em juliana;
- Cozer o bacalhau no caldo anterior quando este levantar fervura, durante 4 a 5 minutos;
- Retirar o bacalhau e coar a água, rejeitando os pedaços de hortelã e aipo;
- Pisar o alho, os coentros e metade da porção de azeite. Adicionar a água coada;
- Cortar o pão às fatias e tostar ligeiramente;
- Colocar, num prato, as fatias de pão, o bacalhau e o ovo;
- Verter o caldo sobre o pão, o bacalhau e o ovo.