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Alimentação intuitiva: o que é exatamente?

Descubra o que é a alimentação intuitiva e consciente, como fazer e quais os benefícios que traz para a saúde aqui!
Alimentação intuitiva: o que é

Publicado a 03/12/2024

Todos desejamos ter uma relação saudável e equilibrada com a comida. No entanto, para muitas pessoas, esta é ainda uma realidade distante: os hábitos alimentares inadequados continuam a ser um dos fatores que mais contribui para a perda de anos de vida saudável em Portugal.

A alimentação intuitiva surge como uma alternativa que prioriza a escuta dos sinais de fome e/ou de saciedade e a escolha consciente dos alimentos. Neste artigo, fique a conhecer este tipo de alimentação e como pode beneficiar a sua saúde física e mental.

Alimentação intuitiva: o que é?


A alimentação intuitiva é uma abordagem que promove uma relação saudável e equilibrada com a comida, guiada pelas necessidades do corpo e não por regras rígidas.

Ao contrário das dietas mais convencionais, que classificam muitas vezes os alimentos como "bons" ou "maus" e impõem limites calóricos ou horários fixos para comer, a alimentação intuitiva incentiva a escuta ativa do corpo para identificar sinais de fome, saciedade e bem-estar.

O conceito baseia-se na ideia de aceitar todos os tipos de alimentos, deixando de lado a pressão de atingir um peso ideal ou seguir padrões estéticos. Não se trata apenas de comer o que se quer, quando se quer, mas sim de aprender a respeitar as necessidades físicas e emocionais de cada momento.

Quais os benefícios de praticar uma alimentação intuitiva?


Embora ainda sejam necessários mais estudos, a alimentação intuitiva e consciente já tem alguns benefícios documentados. Quem adota esta abordagem de forma consistente tende a apresentar uma relação mais saudável com a comida, melhor saúde mental e, em alguns casos, índices de massa corporal (IMC) mais baixos, mesmo sem o objetivo explícito de perder peso. E por falar em corpo, a alimentação intuitiva também pode ajudar a melhorar a perceção que cada um tem do seu, bem como desenvolver hábitos alimentares baseados em autocompaixão e autocuidado.

Além disso, para quem sofre com a pressão e stress habitualmente associados a dietas restritivas, esta pode ser uma forma de o minimizar. No entanto, é importante fazer a ressalva de que a alimentação intuitiva pode não ser indicada para condições de saúde específicas, como diabetes ou em alguns casos de distúrbios alimentares. Se está a pensar experimentar esta abordagem, consulte o médico de família ou um nutricionista.

Como funciona uma alimentação consciente e intuitiva?


Este tipo de alimentação baseia-se em ouvir e interpretar os sinais do corpo. Segundo este método, só assim conseguirá de facto distinguir entre a fome física e fome emocional.

  • Fome física: é um sinal biológico de que o corpo precisa de nutrientes para sobreviver e para a realização das suas normais funções diárias. Pode identificá-la através de sintomas como barulhos no estômago, fadiga, sonolência ou alguma irritabilidade, tremores ou quebras de atenção. Por exemplo, a fome física é o vazio que sente no estômago ao acordar depois de uma noite mal dormida. Nestes momentos, qualquer comida saudável pode satisfazer essa necessidade.
  • Fome emocional: este tipo de fome desencadeado por emoções como stress, tristeza ou até tédio, e em alguns casos felicidade. Surge de forma repentina e específica, como um desejo incontrolável por um doce depois de um dia cansativo. Alimentar a fome emocional pode acabar por levar a sentimentos de culpa ou arrependimento.

A alimentação intuitiva propõe uma abordagem mais flexível, em que não existem horas certas ou definidas para comer, assim como não existem porções ou tipos de alimentos ideais.

Alimentação intuitiva: como fazer


Para passar a fazer uma alimentação mais atenta às necessidades do corpo é preciso atenção, alguma resiliência e prática. Eis algumas estratégias para começar.

1. Reconheça os sinais de fome e saciedade


Escute o seu corpo para identificar quando está com fome ou satisfeito. Não se prenda a horários rígidos para tomar o almoço, jantar ou qualquer outra refeição “típica”, já que as necessidades podem variar com fatores como a atividade física. Além disso, faça pausas durante as refeições para perceber se já atingiu uma sensação confortável de saciedade.

2. Procure controlar o impulso de comer


Muitas vezes acabamos de comer e continuamos a sentir alguma fome, na maioria das vezes pode estar associado a desidratação, por isso deve logo experimentar beber um copo de água e ver se a fome se mantém e optar por se distrair um pouco, retirando o foco à comida. Meditar, fazer exercício físico ou conversar com alguém próximo podem ser boas soluções.

3. Escolha alimentos que satisfaçam o corpo e a mente


Adotar esta alimentação não é sinónimo de deixar de ter pequenos momentos de indulgência. Saborear um pedaço de chocolate, pode fazer parte de uma alimentação equilibrada. Acima de tudo, priorize o consumo moderado e consciente. Aprenda a saborear cada pedacinho do que está a ingerir.

4. Pratique a atenção plena ao comer


Concentre-se na experiência de comer. A cada garfada, sinta o sabor, a textura e o aroma dos alimentos. Comer com atenção ajuda a identificar o momento certo para parar e evitar excessos.


A alimentação intuitiva tem sido aplicada tanto para melhorar a relação com a comida como para lidar com distúrbios alimentares. A sua grande mais-valia é que pode ajudar a desenvolver uma relação mais autêntica, consciente e saudável com os alimentos.


Este artigo foi validado por um especialista na área.