Não será seguramente um vinho envelhecido, mas é um vinho que vem de uma videira de idade incomum e, que por isso, produz um fruto de sabor diferente.
O que é a Vinha Velha?
Para se considerar Vinha Velha, é necessário que decorram várias décadas. Isto permite-lhe desenvolver raízes profundas, ser mais resistente às variações climáticas e produzir menos uvas, mas com um sabor mais concentrado.
Mas, a definição de Vinha Velha difere de região para região. Em Portugal, ainda não existe uma definição que determina com exatidão a idade a partir do qual se pode considerar uma vinha como Vinha Velha.
- No Alentejo considera-se uma Vinha Velha aquela com 30 anos ou mais.
- Nas regiões do Douro, estes 30 anos não são suficientes. Por estas terras, uma Vinha Velha só ganha essa distinção se tiver pelo menos 40 anos.
Quais são as características destes vinhos?
Uma Vinha Velha não produz tanto como uma “vinha nova”, com 10 ou 20 anos. E o facto de não produzir tantas uvas influencia diretamente o sabor.
Estas uvas concentram muito mais os seus componentes, tornando as uvas de Vinha Velha ricas em açúcares, ácidos e substâncias fenólicas.
A Vinha Velha não produz tantas uvas, o que influencia diretamente o sabor.
Estas características aliadas à diversidade genética inerente às Vinhas Velhas faz com que seja difícil prever o perfil de sabor de um vinho de Vinha Velha. Mas, regra geral, será sempre complexo e muito aromático, e sempre misterioso.
Uma breve história da Vinha Velha
Se há países com capacidade para uma definição justa de Vinha Velha, são os do Mediterrâneo, dada a sua grande tradição vinícola.
Portugal enquadra-se naturalmente nesta categoria, não fossem os nossos vinhos o motivo para que britânicos, holandeses e alemães emigrassem ou investissem no nosso país desde há vários séculos.
Mas o ponto mais interessante a destacar na história da Vinha Velha, é mesmo a cultura agrícola da qual faz parte.
Policultura agrícola
Uma Vinha Velha – ou Vinha Antiga, como definem outros enólogos e críticos de vinha - era sempre cultivada numa policultura agrícola. Isto até aos anos 60 e, principalmente anos 80, altura em que a agricultura e, claro a vinicultura, começou um largo processo de industrialização.
Esta policultura era feita no mesmo terreno, onde os agricultores cultivavam vinho, oliveiras e trigo, por exemplo. Sempre fazendo tudo à mão.
É destes tempos que vêm as vinhas velhas mais genuínas, não querendo, no entanto, diminuir a importância de vinhas velhas com menos de 60 ou 70 anos.
Diversidade das castas
Outro dado importante da história das Vinhas Velhas e que se prende também nesta agricultura mais antiga, é a diversidade das castas. A plantação de castas diferentes era algo natural há décadas atrás. Isto assegurava uma maior diversidade genética e vinhos mais estimulantes (e até imprevisíveis) para o nosso palato.
Como harmonizar um vinho de Vinha Velha
Pelo mistério que envolve sempre o sabor e aroma dos vinhos de Vinha Velha, pode sempre desfrutá-los “a solo”, como se fosse um Vinho do Porto. No entanto, qualquer vinho de Vinha Velha pode ser bebido como vinhos tintos ou brancos, sendo verdes ou maduros, de forma igual.
Utilize a ferramenta da Garrafeira do Continente, selecione a opção Harmonização e veja com que tipo de prato vai melhor o seu vinho de Vinha Velha.
O que torna a Vinha Velha tão especial?
Citando o crítico de vinhos João Afonso, “Não é que as vinhas novas não façam vinhos diferentes, claro que sim! Mas os vinhos tirados de vinhas realmente velhas (ou melhor, de vinhas antigas) têm um carácter único, especial, mais insondável.” Partilhar um vinho de Vinha Velha com amigos ou em família é forma excelente de viajar na história através do paladar.