À medida que o final da gravidez se aproxima, o peso da barriga e da responsabilidade de cuidar de um recém-nascido aumenta. A par disso, cresce também a preocupação e os desconfortos para a grávida. Mesmo assim, esta é uma fase muito feliz porque o dia de pegar o bebé ao colo está quase a chegar.
O bebé cresce a cada dia que passa e, nesta fase, os seus órgãos e tecidos estão quase formados na totalidade. Por isso, se o bebé nascer a partir de agora, terá muito mais chances de resistir, ainda que precise de cuidados neonatais.
A partir das 33 semanas, o bebé passa a acumular mais gordura, parecendo-se cada vez mais com um recém-nascido.
Estar atenta aos sinais de alarme é fundamental para evitar complicações.
Todos os sinais do 3.º trimestre
Durante a gravidez é frequente o aparecimento de alguns sintomas que ocorrem devido às alterações no organismo, próprias deste período.
Alguns destes sintomas são transitórios, mas podem prolongar-se durante toda a gravidez. Embora muito frequentes e, geralmente, sem gravidade, é importante conhecê-los e saber que medidas podem ser adotadas para a sua melhoria/resolução e quando deve a grávida preocupar-se e procurar ajuda médica.
Sinais de alarme
Deve dirigir-se imediatamente ao centro de saúde ou à urgência da maternidade se tiver:
- Contrações: se forem regulares e dolorosas.
- Edemas generalizados: se se encontrar com inchaços em todo o corpo, nomeadamente face, mãos e pernas.
- Cefaleias intensas: dores de cabeça intensas ou contínuas, que não cedem ao paracetamol, com ou sem alterações da visão, inchaços marcados das pernas e/ou de outras partes do corpo. Podem ser sintomas de uma pré-eclâmpsia - uma entidade na gravidez que implica frequentemente antecipar o parto.
- Alterações da visão: queixas de visão turva, ao ver manchas escuras ou pontos luminosos.
- Arrepios ou febre alta: podem indicar uma infeção. É importante perceber não só a sua origem, mas também se há risco para o feto;
- Hemorragia: há inúmeras causas para a perda de sangue pela vagina, algumas benignas e risco significativo. No entanto, esta situação obriga a uma avaliação diferenciada pelo facto de se poder tratar de um problema potencialmente grave (gravidez ectópica, ameaça de aborto, descolamento da placenta, placenta prévia).
- Perda de líquido pela vagina: poderá corresponder a perda de líquido amniótico (líquido claro, transparente).
- Subida da tensão arterial: se a tensão arterial aumentar para valores superiores ou iguais a 140mmHg de máxima e/ou 90mmHg de mínima.
- Dores intensas na região abdominal ou pélvica: pode tratar-se de uma gravidez ectópica, um trabalho de parto/abortamento ou outra doença como uma apendicite, colecistite ou uma cólica renal.
- Dores fortes e persistentes no estômago: podem ser um sintoma de pré-eclampsia, uma doença relacionada com o aumento da pressão arterial nas grávidas.
- Vómitos intensos e/ou persistentes: podem indicar gastroenterite. A hiperémese gravídica é uma situação de vómitos incoercíveis durante a gravidez, que pode comprometer a alimentação e hidratação, com risco para a grávida e para o feto.
- Diminuição dos movimentos fetais se o feto não mexe, pelo menos, 10 vezes em 12 horas ou se mexe muito menos que o habitual.
- Contrações precoces. Antes das 37 semanas, se sentir contrações, regulares, com intervalos de 10 minutos por um período superior a uma hora e que não diminuam após um período de repouso.
Quanto mais perto das 40 semanas de gestação, maior a sensação de desconforto.
Para aliviar os sintomas mais comuns do final da gravidez deve:
- Cãibras: Surgem, sobretudo, no período da noite. A solução é alongar as pernas antes de se deitar, embora existam medicamentos com magnésio indicados para aliviar o incómodo.
- Inchaço: Sintoma mais comum no final da gravidez e é notado, especialmente, nas pernas, mãos e pés. Mantenha as pernas elevadas quando estiver deitada ou sentada, isso alivia o desconforto, e fique atenta à pressão arterial.
- Varizes: Surgem pelo aumento do volume do sangue em circulação e devido ao aumento de peso. Evite estar muito tempo com as pernas cruzadas, sentada ou em pé. Use meias de média compressão para ajudar a melhorar a circulação.
- Azia: Acontece quando a pressão da barriga sobre o estômago faz com que o ácido gástrico suba para o esófago. Para evitar que isso aconteça, coma pouco de cada vez e muitas vezes ao dia e evite dormir logo após as refeições.
- Dor nas costas: è causada pelo aumento do peso da barriga. Usar calçados com um boa base de apoio ajuda a aliviar o sintoma, assim como evitar levantar objetos pesados.
- Insónia: A sonolência inicial pode dar lugar à insónia, principalmente devido à dificuldade em encontrar uma posição confortável para dormir. Por isso, para contornar o problema, procure relaxar, tome uma bebida quente ao deitar e use várias almofadas para apoiar as costas e a barriga, e lembre-se de dormir sempre de lado.
A gravidez é uma das alturas da vida em que recorre mais vezes aos serviços de saúde. A maioria das alterações são benignas e não exigem qualquer cuidado.
Estar atenta aos sinais de alarme e estabelecer um canal de comunicação efetivo com o médico assistente é fundamental para evitar complicações.