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Vinhos fortificados: o que são e que tipos existem?

Fortificados, Licorosos ou Generosos. O que carateriza estes vinhos que fazem parte da identidade portuguesa?
Vinhos fortificados

Atualizado a 19/05/2022

Vinho do Porto, da Madeira, Moscatel – o que têm estes vinhos em comum? São os chamados vinhos fortificados, também conhecidos como vinhos licorosos ou generosos. Descubra as suas características particulares e o que os torna especiais.

Produção dos vinhos fortificados

Nos vinhos fortificados, a fermentação alcoólica é interrompida pela adição de aguardente vínica. Dependendo do momento da interrupção e da uva que está a ser utilizada, torna-se mais ou menos doce. O grau alcoólico final situa-se entre 19-22% vol. Mas cada tipo de vinho fortificado apresenta um processo ligeiramente diferente, a começar pelas castas utilizadas.

Tipos de vinhos fortificados

Portugal é um país rico em vinhos fortificados, com uma larga escolha. Estes são os principais.

Vinho de Carcavelos

Carcavelos é a mais pequena das regiões demarcadas portuguesas, onde as castas recomendadas são as Brancas, como Arinto, Boal Ratinho e Galego Dourado e, as Tintas, das quais se destacam a Periquita e Preto Martinho. A área de cultivo foi demarcada em 1908. A região produz um vinho generoso que resulta do loteamento abafado com vinho seco, feito em bica-aberta. 

O vinho generoso de Carcavelos, além de ser servido como aperitivo ou a acompanhar um doce, pode ainda ser incluído em algumas receitas, que vão das carnes às sobremesas, realçando igualmente a sua versatilidade e sabor único.

Vinho da Madeira

O vinho da Madeira varia em grau de doçura e graduação alcoólica de acordo com a casta utilizada na sua produção.

Este vinho tem associado um conjunto de designações que permitem uma categorização mais fácil:
  • Ano de colheita e idade. Engloba as seguintes denominações: Selecionado, Rainwater, 5 anos, 10 anos, 15 anos, 20 anos, 30 anos, mais de 40 anos, Solera, Colheita e Vintage.
  • Processo de produção. Identificação do envelhecimento em canteiro ou estufagem;
  • Grau de doçura. O grau de doçura define, em função do teor de açúcar presente no vinho, se este é extra-seco, seco, meio-seco, meio-doce ou doce.
  • Cor. Pode caracterizar o vinho em muito pálido, pálido, dourado, meio-escuro e escuro.
  • Estrutura. O vinho da Madeira pode ser leve, encorpado, fino, macio, aveludado ou amadurecido.
  • Castas. Os vinhos da Sercial são secos, perfumados e de cor clara. Já a casta Verdelho origina um vinho meio seco, delicado e de cor dourada. Por fim, os vinhos da casta Boal têm cor dourada escura e uma textura mais suave. A casta Malvasia produz a variante doce dos Madeira, um vinho com perfume intenso e de cor vermelha acastanhada.
No que respeita aos vinhos da Madeira, o consumo pode variar consoante as suas variantes. No caso do vinho da Madeira seco ou meio seco, são indicados para aperitivos, sendo que estes últimos podem ainda acompanhar sopas. Já os queijos casam bem com os vinhos de Madeira meio doce. O vinho da Madeira doce é indicado para acompanhar sobremesas e café.

Moscatel

O Moscatel mais famoso é o produzido na zona de Setúbal, obtido a partir das castas Moscatel e Moscatel Roxo. O vinho Moscatel tem cor dourada e, a nível aromático, distinguem-se odores florais e frutados (laranja e tâmaras), sendo que na região do Douro, particularmente na área de Favaios e Alijó, o Moscatel é produzido a partir da casta Moscatel Galego.

Vinho do Porto

O vinho do Porto é muito versátil, podendo ser harmonizado com muitos tipos de alimentos, e servido no final da refeição com uma seleção de queijos.

Este vinho fortificado distingue-se pelas suas características particulares e enorme diversidade. Surpreende pela riqueza e intensidade de aroma e sabor, possuindo um teor alcoólico elevado, geralmente entre 19 e 22% de volume, numa vasta gama de doçuras e grande diversidade de cores.
  • Ruby. São vinhos que não têm mais de 3 anos e devem ser consumidos jovens, devido à sua frescura e aroma. No procedimento de fabricação do estilo Porto frutado ou Ruby, os vinhos carregados de cor e fruta são engarrafados durante a juventude, impedindo assim a evolução oxidativa intensa.
  • Tawny. É um vinho elaborado com “blend” de vinhos de várias colheitas, envelhecido em cascos ou tonéis. A palavra Tawny significa aloirado, a cor do vinho, os aromas lembram frutos secos e madeira, pelo que quanto mais tempo de envelhecimento tiver o vinho mais essas características se acentuam. As categorias existentes são Tawny, Tawny Reserva, Tawny com indicação de idade (10 anos, 20, 30 e 40) e colheita.
  • Porto Branco. É elaborado com uvas brancas Viosinho, Malvasia Fina, Rabigato, entre outras, e foi o último Vinho do Porto a ser criado, na década de 1930. Trata-se de um vinho com aromas florais, complexo, e com teor alcoólico mínimo de 16,5% de volume. podendo ser bebido puro, bastante fresco ou como ingrediente de cocktails.
  • LBV (Late Bottled Vintage). São vinhos de qualidade elevada provenientes de uma só colheita, engarrafados entre o 4º ano e 6º ano de envelhecimento em barricas de madeira. São encorpados, macios e de aroma mais ou menos frutado.
  • Vintage. Este é um vinho de qualidade excecional, proveniente de uma só colheita e obrigatoriamente engarrafado entre o 2º e o 3º ano após a mesma, apresentando-se retinto e encorpado. Com o envelhecimento em garrafa torna-se suave e elegante, adquirindo com isso um aroma equilibrado, complexo e muito distinto. Nos Vintage com alguns anos em garrafa, encontramos aromas de torrefação, como chocolate e café.
  • Porto Pink. No estilo frutado temos o Pink Porto, com um estágio mínimo e conservação apenas em cubas de inox, aproveitando a intensa composição aromática do vinho do Porto. A sua cor rosada e com intensa juventude deriva dos aromas de frutos vermelhos, como o morango e a framboesa, e de flores como a violeta e o botão de laranjeira. Pode ser incluído em cocktails e aperitivos, aproximando-se do estilo Ruby ou Frutado.
Em termos de doçura, o Vinho do Porto pode ser muito doce, doce, meio-seco, seco ou extra-seco. Esta é uma decisão do produtor, determinada pelo momento da interrupção da fermentação.

O que é que os vinhos fortificados têm?

Os vinhos generosos, licorosos ou fortificados têm um nível de qualidade excecional e uma longa tradição. Podem ser utilizados para marcar um evento especial, como herança de família (basta ver a tradição de comprar uma garrafa de vinho do Porto para assinalar o nascimento de um filho, oferecendo-lhe a garrafa aos seus 18 anos) ou no dia-a-dia para abrilhantar algumas receitas.  Visite a nossa gama de vinhos fortificados no Continente.