Parto e Pós-parto

O pós-parto e as alterações no corpo da mãe

Conheça ao detalhe as situações mais comuns e as melhores soluções no puerpério, que corresponde ao período pós-parto da mulher.

O pós-parto e as alterações no corpo da mãe

Atualizado a 15/12/2021

Após o parto inicia-se o período do puerpério, que pode durar até seis a oito semanas, durante o qual o corpo da mulher sofre algumas alterações e tenderá a voltar ao normal.

Depois de o bebé nascer, é natural que surjam algumas situações que exigem cuidados adicionais, algumas podendo até causar mal-estar.
Saiba quais são as mais comuns e como as resolver da melhor maneira.

O que é o puerpério? 

 

O puerpério corresponde à etapa do pós-parto, que se inicia logo depois de o bebé nascer. Desta forma, ocorre no intervalo entre o dia do nascimento até ao momento em que a menstruação da mãe volta.
 
Este período de tempo pode demorar até 45 dias, dependendo de como corre a recuperação do parto e de como é feita a amamentação.

Esta fase do pós-parto divide-se em três grandes partes:

  • Puerpério imediato: do 1.º dia ao 10.º dia após o parto
  • Puerpério tardio: do 11.º dia ao 42.º dia
  • Puerpério remoto: do 42.º dia em diante

Os pontos ou agrafos da cicatriz da cesariana devem ser retirados por volta do 8º dia. No caso da episiorrafia (sutura do períneo), em princípio, não necessitam de ser removidos pois caiem por si ou são absorvidos pelo organismo.

Durante a fase do pós-parto, o corpo da recém-mamã passa por algumas transformações que podem ser mais ou menos incómodas.

Estas mudanças são resultado do próprio parto e ocorrem ainda porque a mulher já não está grávida e o corpo prepara-se para amamentar o bebé.

 
Alterações mais comuns no puerpério
 
Dor e endurecimento dos seios, fissuras nos mamilos, contrações do útero. Estas são algumas das mudanças mais comuns no puerpério. Descubra-as todas aqui:
 

Tumefação e ingurgitamento do peito

Surge como resultado do aumento de produção do leite, por volta do segundo ou terceiro dia do pós-parto, provocando dor e endurecimento dos seios e dificultando a amamentação.

Para aliviar este incómodo, molhe o peito com água morna e massaje em círculos com a ajuda de um creme, tentando esvaziá-lo. Assim que o leite comece a seguir, ofereça o peito ao bebé para que ele o esvazie. Poderá também colocar gelo e usar um suporte (soutien) adequado e apertado.
 

Fissuras do mamilo

São dolorosas e podem mesmo sangrar, mas saram rapidamente. Deve cessar temporariamente a amamentação na mama afetada e esvaziá-la recorrendo a uma bomba. Pode ainda usar um creme protetor e cicatrizante.

 
Dores no períneo

Provocadas pelas contrações do útero no seu processo de voltar ao tamanho normal. Podem ser intensas, sobretudo durante as mamadas. Mude de posição, use uma almofada e gelo. Fale com o seu médico sobre a possibilidade de usar um analgésico.
 

Episiotomia

É um corte realizado no períneo para facilitar o nascimento do bebé que pode provocar dores e desconforto. Aplique gelo inicialmente e água morna depois.

Se não conseguir sentar-se, use uma almofada ou uma boia. A lavagem e a secagem são essenciais para uma boa higiene.
 

Hemorroidas

Podem surgir ou agravar-se devido à força exercida pela mãe durante a fase de expulsão do bebé. Aplique gelo e uma pomada própria para o efeito. Se sofrer uma crise mais severa, fale com o seu médico.
 

Obstipação

Faça uma alimentação rica em fibras e beba muitos líquidos.
 

Dores nas costas

Aprenda a manter uma posição correta ao proceder aos cuidados do bebé como mudar a fralda ou amamentar. As posições incorretas sobrecarregam a coluna. Complemente com exercícios de relaxamento.

 
Lóquios

É normal perder sangue no pós-parto. Estas perdas relacionam-se com a regeneração do útero e têm o nome de lóquios, podendo durar até um mês após o parto.

No início, o sangue é vermelho vivo, tornando-se progressivamente rosado e em menor quantidade. A amamentação acelera a regeneração do útero. É desaconselhado o uso de tampões.

 
Menstruação

O período menstrual reinicia-se entre 7 a 9 semanas após o parto. Se estiver a amamentar, pode demorar vários meses. No entanto os ovários podem ficar prontos a funcionar logo, pelo que mesmo sem menstruação é possível voltar a engravidar.

Cuidados a ter no pós-parto

 
A recuperação física no pós-parto varia de mulher para mulher. Contudo, as puérperas devem manter os cuidados alimentares e praticar exercício físico moderado.

Para facilitar a recuperação e garantirem o seu próprio bem-estar, as recém-mamãs devem ter alguns cuidados, nomeadamente:
 
  • Andar nas primeiras horas logo após o parto para diminuir o risco de trombose e melhorar o trânsito intestinal.
  • Não fazer esforços excessivos.
  • Se o parto ocorreu por cesariana, não deve fazer exercício físico vigoroso, pelo menos, nos 2 primeiros meses.
  • Não tomar banhos de imersão.
  • Não ter relações sexuais enquanto perder sangue.
  • Continuar a tomar iodo enquanto amamentar exclusivamente o bebé.
  • Descansar nos períodos em que o bebé o permite.
  • Marcar a consulta de revisão de parto 4 a 6 semanas após o mesmo.
  • Se reiniciar a atividade sexual, deve usar contraceção, mesmo que esteja a amamentar.

Sintomas depressivos são muito frequentes no pós-parto

Sinais de alerta no pós-parto

 
Existem alguns sinais de alerta que a devem levar a procurar ajuda médica, tais como:

  • Febre.
  • Corrimento vaginal com cheiro desagradável.
  • Dores fortes de barriga.
  • Hemorragias por via vaginal.
  • Queixas urinárias.
  • Sintomas depressivos. 


Os sintomas depressivos (choro fácil, ansiedade, alterações súbitas de humor, etc.) são muito frequentes no pós-parto. São provocados pelas alterações hormonais, pelo cansaço e pelo novo estatuto de mãe, que acarreta mais responsabilidades. 

Esta fase de tristeza é passageira e todas as mulheres, em maior ou menor grau, passam por ela. No entanto, se durar mais de 2 semanas ou for mais intensa, deve consultar o seu médico. Pode estar a desenvolver uma depressão pós-parto, uma situação grave e que exige acompanhamento especializado.
 
Lembre-se que não está sozinha e os profissionais de saúde que a acompanham estão disponíveis para a ajudar. Fale com eles ou com alguém da família. Peça auxílio e partilhe as suas preocupações e receios.

Viva o nascimento do seu bebé com alegria e tranquilidade.