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Extinção animal: desta vez, o perigo somos nós

A extinção animal é um dos maiores problemas de sustentabilidade que enfrentamos hoje. Sempre que um animal é extinto, toda a biodiversidade é afetada e não apenas o meio onde este se inseria. Conheça as causas e consequências deste fenómeno, alguns dos animais que se encontram em perigo de extinção e ainda o que está a ser feito para reverter este problema.

Publicado a 19/09/2023

Um terço dos corais, moluscos de água doce e dos tubarões, um quarto de todos os mamíferos, um quinto de todos os répteis e um sexto de todas as aves. Parece-lhe muito? Segundo a Organização das Nações Unidas, um milhão de espécies estão em risco de extinção. Os impactos deste fenómeno alargam-se a todo o ecossistema, uma vez que existe uma dependência entre os vários organismos (animais, plantas e pessoas).

Causas para a extinção animal

Até à data, foram registadas cinco grandes extinções no planeta terra, causadas essencialmente por asteroides e erupções vulcânicas. No entanto, ao contrário do que aconteceu com os dinossauros, a atividade humana pode vir a ser a grande causadora da sexta extinção.

As principais atividades humanas  que podem ser apontadas como causas da extinção animal são:

  • O desmatamento de florestas e a desertificação para fins agropecuários e de produção de bens materiais.
  • A perda de habitats, associada a várias atividades como a indústria e a agropecuária.
  • O tráfico e caça furtiva de animais.
  • A agricultura e pesca insustentável.
  • A utilização de pesticidas e os vários tipos de poluição.
  • A introdução de espécies invasoras em habitats onde estas não pertencem.

 
Consequências da extinção animal

A perda de uma espécie animal está longe de afetar somente essa espécie. Existem vários impactos associados ao decréscimo da biodiversidade, nomeadamente:

  • Proliferação de doenças nos humanos, algumas espécies animais agem como “barreira” para determinadas doenças e infeções.
  • Desequilíbrio da cadeia alimentar, o que causa a extinção de ainda mais espécies, dado que os predadores da espécie que foi extinta têm de encontrar novas fontes de alimento.
  • Impacto na biodiversidade, devido ao crescimento populacional descontrolado de uma espécie, aquando da extinção do seu predador.
  • Redução dos alimentos disponíveis, uma vez que um terço da produção mundial de alimentos depende diretamente da atividade polinizadora das abelhas.
  • Escassez de alimentos, que afeta as pessoas que dependiam de determinadas espécies para se alimentarem.

Animais em vias de extinção


A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) criou em 1963 uma “lista vermelha” das espécies em vias de extinção, que nos dá informações sobre o estado de conservação de cada animal a nível mundial. Atualmente, essa lista conta mais de 142 mil espécies.

Em Portugal, a Associação Natureza Portugal destaca cinco espécies em perigo:

  • Foca-monge (Monachus monachus)
  • Lince-Ibérico (Lynx pardinus)
  • Águia-imperial (Aquila adalberti)
  • Morcego-de-ferradura-mourisco (Rhinolophus mehelyi)
  • Morcego-rato-grande (Myotis myotis)
 

O que está a ser feito?


Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, para prevenir a extinção de espécies é necessário combater o aquecimento global e as alterações climáticas. Além disto, devem-se tomar medidas mais específicas relacionadas com a proteção animal e a preservação da biodiversidade, tais como:

  • A conservação dos habitats naturais dos animais.
  • O combate contra a caça furtiva.
  • A legislação internacional de proteção animal.
  • A promoção de atividades agrícolas mais sustentáveis.
  • Contemplar nos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável a proteção da biodiversidade (vida marinha e terrestre)
Estas e outras ações possibilitaram o crescimento populacional de algumas espécies atualmente em risco de extinção, nomeadamente do Lince Ibérico e do Bisonte Europeu.

Tome nota!

O planeta terra está a passar por uma sexta extinção, causada pela atividade humana. Apesar deste processo estar acelerado, ainda é possível reverter esta tendência se começarmos a agir já.