Desde que me lembro, o cheiro deste bolo no forno é sinal de que algo especial está para acontecer. Comecei a prepará-lo ainda criança, ao lado da minha mãe e da minha avó, com as mãos pequenas e o coração cheio de curiosidade. Ao longo dos anos, o que era apenas uma receita passou a ser uma tradição e hoje, este bolo está presente em todos os Natais e nas principais celebrações da nossa família.
Com o tempo e a experiência, fui aprimorando a receita, sem nunca perder o sabor da memória. Como sou nutricionista de profissão, o meu desafio tem sido encontrar o equilíbrio perfeito entre o sabor irresistível da infância e uma composição mais nutritiva e consciente. Assim, cada ingrediente passou a ser escolhido com mais carinho e propósito, para que o bolo continue a ser um prazer — agora ainda mais saudável para todos aqueles que tão especiais são para mim.
Decidi participar com a sua receita porque para mim, mais do que um simples doce, este bolo é um símbolo de união, de afeto e de continuidade, como o Continente sempre foi para a minha família. No seu início, toda a família ia em "excursão" à Senhora da Hora para ver o supermercado que estava na moda à época. Eu, com 36 anos, tenho memórias vivas da infância a brincar nos carrinhos com os meus irmãos e primos. Cresci a ir ao Continente fazer todas as compras para casa , considerando-o "família". Por isso, não faria sentido participar com mais nenhuma outra receita , pois esta reflete a minha forma de manter viva a história da minha família.